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Abril de 2010... mais precisamente dia 03, sábado. Subo na balança e constato, com tristeza, que estou pesando 87,9 kg . Choro diante do espelho porque não mais vejo em mim nenhum traço de beleza ou de sensualidade. Apenas um corpo pesado e um rosto abatido. Manequim 50... Auto-estima abaixo de zero.
Faço uma retrospectiva e um filme passa na minha cabeça. Sempre tive um corpo bonito: não o de uma modelo (o que seria muita pretensão minha), mas era proporcional. Em seguida penso na minha saúde, que poderia estar comprometida pelo excesso de peso e percebo ser necessário e urgente fazer alguma coisa para reverter esse quadro.
Procuro um médico que solicita alguns exames, sugerindo uma dieta balanceada e a prática de exercícios. Quanto à dieta, tudo bem. Exultei!
A pior parte ficaria por conta dos exercícios, uma vez que a única atividade físcia que estava praticando nos últimos tempos consistia em subir um lance de escadas que me levava à sala de audiências e, ao chegar em casa, subir mais 15 degraus que me levavam ao meu quarto.
Em síntese: puro sedentarismo.
No entanto, o desejo de renovação falava mais alto.
Nesse ínterim, Edmundo Lau, meu colega de trabalho me dá a notícia que viria revolucionar o meu estado de espírito: ele recebera um email do João Madureira, líder do grupo Caminhadas e Trilhas, de Cachoeiro de Itapemirim – ES, convidando para uma trilha até o Parque Estadual do Forno Grande, em Castelo.
O coração apertou. Era agora ou nunca. Eu queria muito ir, mas “gorda” e sem condicionamento físico, não chegaria a lugar algum.
Foi então que começou a minha luta contra o tempo e contra a balança.
Já empenhada com a dieta, no dia 12/04/2010, estava pesando 85 kg . Nesta data começo a freqüentar a academia Exercite +, de Marcelo Laquini. O mais engraçado da história é que fui para incentivar Mariá, minha filha, que não gostava de praticar atividade física. Mas lá chegando e traçado o meu objetivo, a equipe de professores, dentre eles Manga Rosa, João (que carinhosamente chamo de Hitler) e Carioca, não medem esforços em me orientar e dar dicas para que eu possa perder peso, melhorar meu tônus muscular e capacidade respiratória.
A caminhada para o Forno Grande estava marcada para 23 de maio. Pouco tempo e tanta coisa a fazer.
A partir de então, impus metas na minha vida. Eu iria chegar ao destino em igualdade de condições com os demais participantes. Eu iria batalhar por isso!
A esteira que antes funcionava com suporte para minha bolsa, voltou à ativa. Fazia uma hora de esteira pela manhã e freqüentava a academia, 3 vezes por semana, à noite...
Isso, sem contar que a escadaria do meu quarto passou a fazer parte do meu treino. Subia e descia os degraus, com uma mochila nas costas contendo 10 kg em seu interior, durante 15 minutos. O suor pingava. Estava apenas simulando uma subida intensa.
No dia 22 de maio, véspera da data marcada para a caminhada, estava pesando 79 kg e havia adquirido algum condicionamento físico. Pura alegria...
Ligo para o meu filho e ele, praticante de trekking, me dá algumas dicas de respiração, uso de talco nos pés, quantidade água a levar, etc...
O coração batia acelerado, ansiosa... Será que eu iria conseguir???
Praticamente não dormi naquela noite. Às cinco da manhã levantei, vesti a roupa que havia escolhido com carinho para aquele dia especial, lembrei-me de todas as recomendações do meu filho, calcei o tênis e acompanhada de Edmundo Lau e Júlia Carreta, partimos para a Fazenda Sossego, em Forno Grande , local designado como ponto de encontro do grupo.
O coração batia acelerado, ansiosa... Será que eu iria conseguir???
Não conhecia ninguém do grupo Caminhadas e Trilhas, organizador do evento ou imaginava não conhecer. Chegando ao destino, encontro Val e César, colegas do Poder Judiciário; José Geraldo, que foi meu colega de infância e professor da minha filha; encontro a Alba Vanessa e seu esposo... Já comecei a me sentir em casa.
Os demais membros do grupo chegaram e aos poucos fui fazendo amizades e descobri que entre eles havia parceria, harmonia e cumplicidade. Esse foi o fator que mais me impressionou. Integração total...
Tomamos o café da manhã e após as instruções de praxe partimos para a caminhada.
Como é natural, algumas pessoas foram à frente, com os guias e eu pude acompanhar todo o percurso, em igualdade de condições.
A trilha, em determinados locais era de difícil acesso, no entanto eu estava ali... era isso que importava. Se eu demorasse a subir, ou se caísse, escorregasse, pouco me importava. Eu estava ali!
Confesso que quando cheguei ao local denominado Cruzeiro, último local a ser visitado, eu me emocionei. Eu consegui. Eu consegui...
Olhava para a imensidão das montanhas ao redor e agradecia a Deus por ter me dado a oportunidade de estar onde eu havia me proposto a chegar. Minha meta nº 01 estava cumprida.
Não foi fácil. Mas quem disse quem seria fácil???
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